Era noite
Não se ouvia mais os gritos dos vizinhos
Não se ouvia passos no beco
Nem musica alta
Estava chovendo
Fazia frio
E ele estava lá...
Acendendo um cigarro atrás do outro, em meio a goles de café gelado
Entre um trovão e outro o corpo tremia
O clarão que acendia o quarto
Entrava pelas brechas do telhado
Iluminava a noite dentro de mim
A rua estava cheia d'água
Era um dilúvio
Eu não ouvia nada
Apenas o barulho do temporal
Estava frio
Eu estava nua
E ele também...
Até se vestir de mim.
Alyne Sakura
edição: Renata Orlandi