O velho machismo velado no futebol
Em 13 de Abril de 2019 surge o Movimento Feminino de Arquibancada criado por 5 regiões e 27 unidades federativas. Presentes estavam suas representantes, componentes e associadas regionais do Nordeste, Norte, Centro Oeste, Sudeste e Sul, todas torcedoras presentes no dia a dia das arquibancadas.
O objetivo da criação desse movimento é consolidar o espaço da mulher em todo o âmbito esportivo; assegurar o respeito e a segurança em eventos, jogos e atividades recreativas envolvendo o Movimento e qualquer outra instituição voltada para o esporte, principalmente o futebol; combater o machismo e sempre buscar fortalecer a presença feminina nos estádios.
O Movimento é Nacional e possui representantes em todos os Estados do País que se encarregam de propor encontros, simpósios e mesas de debates sobre a luta feminina e seus objetivos, iniciando assim uma intervenção mais presente.
No domingo passado, às 14h00 a Organização do MFA-AL ( Movimento Feminino de Arquibancada de Alagoas ) deu início a sua lª Reunião Geral.

Esse encontro gerou polemica nas redes sociais quando Grêmio Recreativo e Cultural Torcida Organizada Mancha Azul soltou uma nota onde suspende todas as atividades do Núcleo Feminino, alegando que a atividade realizada seria para discutir assuntos paralelos.
Isso é um caso serio de machismo e missogenia, existem registros de reuniões com os homens envolvidos nas mesmas torcidas e nada foi dito, pelo contrario foi visto como um ato nobre e e bonito. Vivemos em uma sociedade onde o machismo impera e atividades que reúnem mulheres para acabar com isso vem sendo vistas de forma negativa.
Procurado pela nossa equipe o Grêmio Recreativo e Cultural Torcida Organizada Mancha Azul não se pronunciou, buscamos também integrantes da Torcida Organizada Feminina do CSA mas também ficamos sem respostas.
É válido salientar que isso não serve só para as organizadas, é um movimento que abrange todas as mulheres que vai além de futebol, torcida...
O Movimento abrange torcedoras comuns, torcedoras Organizadas, torcedoras presentes em direções, profissionais do esporte e qualquer mulher atuante no núcleo esportivo. O lema é “rivais no campo, irmãs na luta”, buscando sempre ofuscar e exterminar qualquer tipo de manifestação de machismo recorrentes (gestos, palavras, assédios, opressões..).
Fugindo da normatização, o fundamental é a luta contra o machismo e a extrema rivalização que o futebol tomou como cultura popular. Assim seguimos.
“Quando Mulheres avançam, ninguém nos faz retroceder!”
Diante dos fatos preferimos ficar com a imagem dessas garotas que mostram que há espaço para a rivalidade e para civilidade em qualquer lugar, principalmente nas torcidas. Ser contra isso é assinar um atestado de burrice e babaquice.